11 outubro 2006

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24 HS INFERNAIS.

Vamos por partes. Cheguei ontem em Cusco. Está tudo bem, mas as últimas 24 hs foram terríveis.

Começa na manha (vai sem o acento mesmo, ainda nao me entendi com estes teclados) do dia 13.08. Acordamos bem cedo, como de praxe, para pegarmos a estrada em direçao à Quincemil, que fica no meio do caminho entre Porto Maldomado e Cusco. No café da manha recebemos a noticia de dois outros viajantes de carro que uma ponte na altura da cidade de Mazuco, Puente Inambari, estava em obras e que só abria entre as 18:00 e 6:00. Estávamos a 4 horas dessa ponte e resolvemos enrolar até meio dia, sair do hotel, almoçar e ai sim partir para cruzar a ponte quando abrisse.

Às 18:03 estávamos cruzando a cancela para ir para a ponte. Às 18:09 o pneu traseiro do carro furou.
Começa entao a disputa de testosterona entre meu Pai e o Ian sobre trocar o pneu. Eu fiquei de espectador, apenas apreciando o embate. Às 19:00 o pneu ainda nao havia sido tocado, problemas em levantar o carro. Nesse ponto já havia me divertido o batsante e decidi que trocaria o pneu pois estava ficando cansado. 19:22 o pneu foi trocado pelos três...ME, MYSELF and I. Para quem já teve Ranger e Cherokee, pneu de Pajero é só mais um.

Voltamos para a cidade de Mazuco para consertar o pneu e resolvemos ficar por lá mesmo. Ficamos em uma hospedaria e jantamos Pollo. A hospedaria nao tinha ventilador, conseguimos um, nao adiantou. Deitei às 23:00 hs. Dez para a meia noite faltou luz, 12:30 comecou a tocar o despertador de outro hóspede que persistiu até 2:30. Nesse meio tempo um casal ao lado do meu quarto resolveu brigar. Passado tudo isso, a música bombava do lado de fora, ou seja, no total 2 horas de sono, pois às 4:30 estávamos de pé para seguir viagem.

Esta cidade de Mazuco é um lixo. Lugar de garimpeiro e trabalhadores que estao envolvidos na obra da Transoceanica Peru-Brasil.

No final a história de furar o pneu foi boa, pois pegamos a rodovia de dia e a paisagem é sacanagem. O nosso ponto culminate na estrada foi de 4.300 Mts. Neve e frio para caralho. A paisagem é muito bonita, mas a tensao de se estar em uma rodovia em zig-zag, de mao única que é parede de pedra de um lado e precipício do outro, deixa geral meio tenso. Cheio de caminhao na estrada e os motoristas sao todos malucos, estrada de mao unica e os caras metem o pé e nao querem nem saber.

Ontem nao paramos para almoçar, foram sanduíches de queijo preparados pela dona da Hospedaria em Mazuco. Mas o perrengue ainda nao acabou.

Quando estavamos a mais ou menos duas horas de Cusco, foi avistado um peruano descendo a mesma estrada que estávamos, ou seja, o maluco estava a mais de 4000 metros descendo a pé a porra da montanha. Meu pai, com seu imenso coraçao, resolveu dar carona para o cara. Nada contra, acho maneiro, até quis dar carona para umas mulheres com criancas sendo carregadas naqueles sacos típicos peruanos, mas o fato é que o carro esta cheio de mala, meu pai estava dirigindo e eu e meu irmao, que nao somos pequenos, estavamos atrás. Bom, la me entra o peruano, nego no banco de trás todo apertado e o cara fedia muito, porra, compreensível, o cara mora a 4000 mts de altura, frio demais, sem energia elétrica e sem agua quente, eu tb nao tomaria banho.

Foi isso, seguimos com o Maluco, que era gente boa demais, até Cusco. Em Cusco nos hospedamos em um Hotel do lado da Plaza de las Armas e eu chapei. Tava exausto.

Hoje vamos tratar de marcar a trilha Inca.

SELVA!

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